Volkswagen Tiguan

sábado, 5 de janeiro de 2008


TIGUAN - 26 700 eurosNa Europa, os utilitários esportivos estão batendo recorde sobre recorde: em 2005, o segmento vendia 300000 unidades por lá. Este ano deverá fechar com o dobro, um fenômeno que torna esses 4x4 uma presença quase obrigatória no portfólio das montadoras. A primeira investida da Volkswagen nesse mundo foi com o Touareg - montado em parceria com o Porsche Cayenne desde 2002. Agora chega o Tiguan, com 4,43 metros de comprimento. Sua missão: ocupar espaço na faixa de mercado que mais cresce entre os automóveis.

Com um jipe 32 centímetros mais compacto e bem mais barato (na França custará 26 700 euros, quase metade do Touareg), a VW mira quem procura um carro que encare o trânsito das cidades e tenha valentia para cair em estradas de terra ou trilhas mais leves. Terrenos que um veículo com tração nas quatro rodas, altura do solo de 195 milímetros e 18 graus de ângulo de ataque, como o Tiguan, enfrenta numa boa. Para os que quiserem se aventurar um pouco mais, há também uma versão radical, com 28 graus de ângulo de ataque e algumas diferenças de estilo, que também avaliamos durante o lançamento nos arredores de Budapeste, a capital da Hungria. Por enquanto, a vinda de qualquer um dos dois para o mercado brasileiro é provável, mas ainda não confirmada.

O nome Tiguan (fusão das palavras tigre e iguana) foi eleito por 350000 leitores da revista alemã Auto Bild, em um concurso patrocinado pela VW para batizar o novo modelo. Ganhou fácil de outros nomes que estavam no páreo, como Rockton, Nanuck, Namib e Samun, talvez porque expresse um bocado da gênese mutante do carro. Apesar de ser um projeto novo em folha, o utilitário esportivo aproveitou idéias e partes originadas de outros modelos da montadora. Seu chassi e o interior vêm do Golf, os eixos, do Passat, alguns conceitos utilizados para encarar terrenos mais acidentados são os mesmos do Touareg, as lanternas traseiras lembram as da Variant.

Estilo Golf
Isso explica o ar familiar que senti quando me posicionei no banco do motorista. O volante de couro com três raios e o painel de instrumentos com fundo preto (com boa visibilidade) são idênticos aos dos Golf. O mesmo vale para o espaço interno. Com 2,60 metros de entreeixos, os dois modelos praticamente empatam. Instalado no banco traseiro do Tiguan, um passageiro acomoda bem pernas e cabeça. Graças à regulagem, espaço adicional pode ser obtido sacrificando um pouco os 505 litros do porta-malas. Os bancos revestidos de couro preto são confortáveis e ele é bem equipado: rádio com CD player, comandos no volante, ar-condicionado e freio de mão eletrônico. Agradou bastante o enorme teto de vidro panorâmico com vários níveis de abertura.

Por enquanto o Tiguan tem apenas uma versão a gasolina: o 1.4 turbo com injeção direta de 150 cv, similar ao que equipa o Golf na Europa. Saiu-se bem no primeiro trecho da avaliação, uma centena de quilômetros de asfalto entre o aeroporto de Ferihegy e a cidade de Vac. Com a marca de 9,6 segundos para ir a a 100 km/h, segundo a fábrica, ele é 1 segundo mais veloz que o Toyota RAV4 2.0 e supera o BMW X3 2.0 em quase 2 segundos. Quando o assunto é torque, detalhe importante para um utilitário esportivo, nova vantagem para o Tiguan, com 24,4 mkgf. O RAV4 2.0 contenta-se com 19,7 mkgf e o X3, com 20,4 mkgf. Na estrada, o Volks rodou cerca de 14 quiilômetros com 1 litro de gasolina, na média da concorrência. Capaz de atingir a máxima de 192 km/h, segundo a VW, o utilitário esportivo encarou sem desconforto trechos de auto-estrada. Em 2008, haverá o reforço de motores mais potentes, com 170 e 200 cv.

Câmera para balizas
Calçado sobre pneus largos (235/50 R18), com tração 4x4 e ESP de série, estabilidade não foi problema. No trecho em que cruzou o trânsito de Budapeste, ele mostrou agilidade nas manobras. O câmbio manual de seis marchas é dócil e preciso (apesar de a relação de marchas ser um pouco longa). Os freios a disco com ABS e EBD são eficientes. Outro ponto positivo no uso urbano foi a câmera para auxiliar manobras com a ré engatada. Ajuda a lidar com um carro que tem limitações no quesito visibilidade. Mais facilidade? Só se ele for equipado com o Park-Assist, sistema em que sensores eletrônicos ajudam a estacionar sem a necessidade de o condutor girar o volante durante a baliza.

A versão Sport & Style, que avaliamos durante a maior parte do percurso, encara trilhas leves, mas não tem a mesma valentia da Track & Field, mais propícia a terrenos acidentados pelo ângulo de ataque e proteção do cárter. Ao se apertar o botão "offroad", no console, uma série de sistemas de ajuda eletrônica entram em ação, garantindo mais tração e eficiência de freios e motor. Calçada com pneus de uso misto, a Track & Field entrou e saiu ilesa de trechos esburacados e aventurou-se por ladeiras e descidas íngremes sem sustos. Último a chegar em um segmento cada vez mais concorrido, o Tiguan pode conquistar novos territórios para a marca, mesmo sem fazer nenhuma grande revolução.

Fonte: Quatro Rodas



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